Santo Agostinho e o Espiritismo
Santo Agostinho é um dos principais propagadores do Espiritismo. Suas ponderações podem ser encontradas em O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, e O Livro dos Médiuns. . Essa presença se justifica pela biografia desse renomado filósofo cristão. Ele faz parte da robusta linha dos Pais da Igreja, que proporcionaram à cristandade seus alicerces mais firmes.
Assim como muitos outros, foi afastado do paganismo, ou melhor, da mais profunda impiedade, pela luz da verdade. Em meio a excessos intensos, ele experimentou uma transformação interior que o levou a perceber que a verdadeira felicidade estava distante dos prazeres efêmeros.
Erasto, discípulo de S. Paulo. Paris, 1863 – O Evangelho segundo o Espiritismo > Capítulo I — Não vim destruir a Lei > Instruções dos Espíritos — A nova era. > item 11.
Instruções de Santo Agostinho para o conhecimento de si
Perguntado sobre como conseguirmos atingir o tão importante conhecimento de si mesmo na questão 919a de O Livro dos Espíritos, Santo Agostinho responde: “Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar.
Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, lembrasse todas as ações que praticou durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que fez, rogando a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.
Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se fizestes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: “Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?”
Examinai o que pudestes ter feito contra Deus, depois contra o vosso próximo, e por fim contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.”