Irma de Castro Rocha, a querida Meimei, logo após seu desencarne, passou a trabalhar junto a Chico Xavier enviando diversas mensagens psicografadas, passando a ser muito conhecida no meio espírita por sua brandura, inteligência e profundo amor às crianças.
História
Nascida em Mateus Leme, Minas Gerais, no dia 22 de outubro de 1922, Meimei era filha do agente ferroviário Adolfo Castro e de Mariana Castro, e teve quatro irmãos: Carmem, Ruth, Danilo e Alaíde. Aos dois anos de idade, sua família se transferiu para Itaúna (MG), onde ela passou a infância. Aos cinco anos, ficou órfã de pai.
Logo na infância foi diagnosticada com nefrite crônica, uma condição que se agravou durante sua adolescência. Mesmo assim, conseguiu cursar o ensino fundamental e ingressar na Escola Normal de Itaúna (atual Colégio Estadual). Contudo, no segundo ano do curso, foi obrigada a abandonar os estudos devido à piora de sua saúde.
Aos 20 anos, Meimei mudou-se para Belo Horizonte junto de sua irmã Alaíde, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou em 1942. O apelido carinhoso de “Meimei” foi escolhido por Arnaldo, inspirado no romance “Momento em Pequim” (1939), de Lin Yutang, que ele leu juntamente com ela. “Meimei” significa “a noiva bem-amada” em chinês.
Infelizmente, em 1946, Meimei voltou a adoecer gravemente por conta da nefrite, falecendo aos 24 anos, no dia 1º de outubro, em Belo Horizonte, vítima de insuficiência renal.
Colaboração com Chico Xavier
Cerca de cinquenta dias após a morte de Meimei, seu esposo Arnaldo Rocha, acompanhado de seu irmão Orlando, que era espírita, foram ao encontro de Chico Xavier. Chico reconheceu quem era Arnaldo e mencionou Meimei, pedindo para ver uma foto dela que Arnaldo carregava. Chico então afirmou que Meimei queria se comunicar com ele.
Naquela mesma noite, em uma reunião realizada na casa de amigos espíritas, Chico psicografou a primeira mensagem de Meimei. Com o tempo, Chico revelou que Meimei era o mesmo espírito conhecido como Blandina, mencionado na obra “Entre a Terra e o Céu” (capítulos 9 e 10) de André Luiz. De acordo com Chico, Blandina vivia na cidade espiritual Nosso Lar e foi a filha de Taciano e Helena, personagens do romance “Ave Cristo”, de Emmanuel, ambientado no século terceiro depois de Cristo.
Mediunidade e Contribuições Espirituais
Embora de origem católica, Meimei mostrou-se adepta de princípios da Doutrina Espírita, como a caridade, mediunidade e a benevolência, especialmente com as crianças e os mais vulneráveis. Segundo relatos, Meimei, mesmo em vida, demonstrava mediunidade clarividente, através da qual conversava com espíritos e recordava momentos do passado, narrando-os ao esposo Arnaldo. Apesar de inicialmente cético, Arnaldo só conseguiu comprovar esses diálogos espirituais após o primeiro encontro com Chico Xavier.
Do plano espiritual, Meimei ditou diversas obras mediúnicas psicografadas por Chico Xavier, como:
– Pai Nosso
– Cartilha do Bem
– Amizade
– Palavras do Coração
– Evangelho em Casa
– Deus Aguarda
– Mãe
Seus textos abordam temas de amor, fé e valores cristãos, com especial ênfase na orientação espiritual e no amparo às crianças.
Homenagens
Meimei é homenageada por várias instituições espíritas em todo o Brasil, que adotaram seu nome em reconhecimento à sua personalidade doce e ao amor incondicional que dedicava aos mais necessitados. Seu legado de amor, caridade e educação continua vivo através de suas mensagens espirituais e das obras assistenciais que levam seu nome.
Lar Meimei da Seara Bendita
Originalmente criado pela Sra. Gertrudes Baumann, que liderou suas atividades por 18 anos, o Lar Meimei, localizado no bairro de Americanópolis, na cidade de São Paulo, foi integrado à Seara Bendita em 1983 e, atualmente, mantém a sede da sua Área de Assistência e Serviço Social, dando materialidade ao legado de amor e cuidado com os pequenos de Meimei, honrando sua memória e seu exemplo de luz que continua a nos guiar.