As desigualdades nas condições sociais é uma consequência da ação humana e não uma imposição divina. À medida que o egoísmo e o orgulho diminuirem nas sociedades, essas disparidades não mais existirão e, então, restará apenas as desigualdades de mérito, quando todos reconhecerem que a posição social não determina a pureza do espírito.
Os espíritos superiores nos advertem que a busca pela igualdade absoluta de riquezas é uma ilusão, pois cada indivíduo possui habilidades e circunstâncias únicas. Deve-se, portanto, combater o egoísmo, em vez de perseguir utopias.
Deus testa os seres humanos de diferentes maneiras, concedendo riqueza a alguns e miséria a outros. Estas provações são escolhas feitas por nós mesmos enquanto espíritos antes de reencarnar, mas frequentemente falhamos nelas. A miséria pode nos levar à revolta contra a bondade e a justiça de Deus, enquanto que a riqueza invariavelmente nos arrasta para os excessos e tentações.
A posição social e a autoridade sobre os outros também são provações, pois trazem grandes responsabilidades. O uso correto da riqueza e do poder é crucial para o progresso espiritual, pois podem nos afastar da perfeição. Aqueles que abusam de sua superioridade momentânea para oprimir os mais fracos receberão a condenação merecida e eles próprios experimentarão a opressão, conforme a Justiça Divina. Como disse Jesus, “mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus”.
Por outro lado, as diferenças são oportunidades que Deus nos dá para podermos exercitar e desenvolver em nós a caridade, a doação, a benevolência, a generosidade, o altruísmo, o amor ao próximo e tantas outras virtudes.
Leia mais em O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – Parte Terceira, Capítulo IX – Da lei de igualdade.